"The Gold Rush" (1925) de Charles Chaplin (AFI 1997 74ª posição)

 

Uma obra-prima da comédia física e do nível de elaboração que se consegue obter num storytelling mudo, mas em que tudo se diz, tudo se compreende e tudo faz sentido. Chaplin, esse génio de um estilo de cinema que sobreviveria à versão original de "The Gold Rush" apenas dois anos, acreditava que o humor e a tragédia não se encontravam muito afastados um do outro. Neste filme, tal fica totalmente comprovado: as agruras da corrida ao Ouro na desolação gélida do Alasca, o canibalismo ou o recurso a comer botas de couro e um ambiente de privação e horror, sublimemente apresentados em coreografias cénicas sublimes e, ainda hoje, ouso dizer, muito divertidas. Não sei se é o filme pelo qual a famosa personagem do Pequeno Vagabundo é mais conhecida, mas é seguramente aquele pelo qual Chaplin quereria ser.
Em frente, sem citações, apesar de ter visto a versão reeditada com música e locução do próprio Charles Chaplin de 1942 - e que seguramente contribuiu para a imortalização de um filme mudo na era do sonoro.


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