"The Third Man" (1949) de Carol Reed (AFI 1997 57ª posição)

19 de agosto de 2021

Já lá vão uns quantos meses desde que vi o último filme deste desafio (que já dura há quase um ano e meio) de ver todos os filmes da lista original da American Filme Institute. E hoje decidi retomar o desafio e acabei de ver "The Third Man" (1949). Há muito a dizer sobre este brilhante filme de Carol Reed, principalmente no que toca ao quebrar de convenções. O que me primeiro saltou à vista foi a estética do filme, fortemente influenciada pela estilização de Orson Welles, o expressionismo alemão e o estilo noir americano. Ao ouvido, saltou a permanente banda sonora tocada em cítara, a causar alguma perturbação, exactamente por ser uma escolha pouco provável, numa melodia constante, ritmada, apaixonada, mas algo melancólica que assume um pouco o papel de contadora da história. Em termos da trama e opções cénicas, aplaudo a escolha da filmagem em locação numa Viena arrasada pela guerra para dar corpo e motivo para a exposição realista, crua e algo irónica da forma como a guerra causa a destruição de mentes, a depravação de almas e faz surgir mercados negros reprováveis. Quanto ao final, extremamente marcante, pese embora conste que tenha havido algum desentendimento entre Reed e Graham Greene, o argumentista e autor da novela, que preferia o final mais "feliz" do livro.
All in all, um filme incrível!
"You know what the fellow said – in Italy, for 30 years under the Borgias, they had warfare, terror, murder and bloodshed, but they produced Michelangelo, Leonardo da Vinci and the Renaissance. In Switzerland, they had brotherly love; they had five hundred years of democracy and peace – and what did that produce? The cuckoo clock."
Moving on...

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