"Shane" (1953) de George Stevens (AFI 1997 69ª posição)

Velho Oeste, famílias de colonos, vidas duras de agricultores a tentar criar uma povoação do nada, cowboys pistoleiros a fazer a vida negra aos agricultores e um herói solitário, de quem nada mais sabemos do que o nome, a resolver o conflito e a cavalgar em direcção ao pôr-do-sol... Os ingredientes para um filme do faroeste perfeitamente banal, que é o que "Shane" seria, não fora: a fotografia do filme, digna de Óscar e de nota; uma certa tensão constante e nunca realmente dissipada pelas cenas mais leves; alguns momentos que, de tão naturais, parecem soberbamente improvisados; os cães, cujos movimentos marcaram viagens de câmara e até alguns momentos francamente emotivos, como o do cão a tocar no caixão no funeral de Torrey; a aposta em sons agressivos para os tiros e numa "reacção" realista dos corpos ao serem alvejados, retirando algum do romantismo que era comum encontrar em cenas que são violentas e se querem violentas; um texto verdadeiro, que transmite uma realidade crua, bem compreendida; e um olhar inocente de quem começa a vida entre as tensões e excitações no Velho Oeste americano.
NOTA: Fiquei com a sensação de que o nome "Shane" é pronunciado um número algo exagerado de vezes durante o filme. Não demorou muito até perceber que é sensação geral. Parece que é dito a cada 90 segundos e houve até quem se desse ao trabalho de fazer uma compilação de todos esses momentos numa edição de video.

"He only wants to grow his beef and what we want to grow up is families, to grow 'em good and grow 'em, grow 'em up strong, the way they was meant to be grown. "
Forward!

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