6 de outubro de 2022
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Quase 10 meses desde o último filme da 1ª lista da AFI dos 100 melhores filmes americanos de sempre, regressei a este auto-inflingido desafio e vi o premiadíssimo "Network", uma verdadeiramente escandalosa sátira à televisão sensacionalista. Um decadente apresentador de notícias anuncia no seu programa que irá cometer suicídio em directo e isto dá início a uma "montanha-russa" exploratória dos seus discursos zangados e populistas por parte do canal, numa corrida desalmada às audiências.
Totalmente contemporâneo, portanto. Este filme saiu apenas dois anos após o primeiro real suicídio em directo na TV, o de Christine Chubbuck e é bastante evidente que existe alguma relação entre ambos, ou pelo menos inspiração. Quanto a aspectos mais técnicos, achei a interpretação dos actores soberba, em particular Faye Dunaway e William Holden e tenho que elevar às alturas o texto do filme, com os seus incríveis monólogos.
Apesar de a imagem do filme estar evidentemente associada aos anos 70, o filme não está datado de todo, sendo o texto arrepiantemente premonitório, não só na sua descrição dos meandros televisivos, mas também em variadíssimos aspectos mais negros da sociedade.
"I'm mad as hell and I'm not going to take this anymore."
Em frente!...
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