19 de agosto de 2020
Continuo a minha senda de ver todos os 100 melhores filmes americanos de sempre que constam na lista original da AFI e continuo a surpreender-me grandemente. Desta vez foi "High Noon" de 1952, o western de Fred Zinnemann, com Gary Cooper no papel do marshal Will Kane (que lhe valeu o Óscar) e Grace Kelly no papel de sua esposa. Este filme tem mesmo muito que se lhe diga. Em vez dos ingredientes habituais dos westerns americanos - heróis duros, senhoras frágeis e duelos ao nascer do sol, temos um homem ameaçado de morte por um bandido que ajudou a prender (e o seu bando) a ser abandonado à sua sorte por toda a cidade. Foi por isso considerado uma alegoria à lista negra de Hollywood e rodeado de controvérsia - o argumentista Carl Foreman foi ele próprio blacklisted e forçado a sair do país por não conseguir trabalhar. Howard Hawks afirmou que esta não era a sua ideia de um bom western. Aí, estamos de acordo. Não é de facto um bom western; é um bom filme. A interioridade das personagens é explorada de uma forma que nos westerns nunca acontece. E tem a peculiaridade de o tempo do filme ser filmado e apresentado em tempo real. O filme tem uma hora e meia e a trama passa-se em 1 hora e meia de grande tensão, bem acompanhada nos vários relógios que vão aparecendo. All in all, um documento histórico precioso!
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