23 de março de 2021
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Um filme cheio de pesos pesados e aquela imagem tão icónica, que não há homenagem a Hollywood que não a inclua: o casal deitado a beijar-se na rebentação das ondas. O casal em questão era Burt Lancaster e Deborah Kerr em "From Here to Eternity" de Fred Zinnemann (1953) que se encontram coadjuvados neste filme por Frank Sinatra, Montgomery Clift e Donna Reed. Há neste filme uma sensação trágica constante, sem que o filme seja "noir". A expressão "from here to eternity" refere-se a danação eterna, de almas que caíram em desgraça e essencialmente o filme é muito à volta disso; as existências malogradas de três soldados, estacionados no Hawai nos meses que antecedem o ataque a Pearl Harbour e as mulheres que amaram. Este filme, para além do Hays Code, teve que levar com a censura do exército americano, resultando numa tal lista de diferenças entre a novela original e o filme, que seriam impossíveis listar aqui. Apenas alguns temas, nem roçados ao de leve no filme, que ficaram pelas páginas do livro: doenças venéreas e homossexualidade. Ainda assim, este magnífico registo dramático e histórico, que contém imagens reais do ataque japonês, foi premiado com 8 das 13 nomeações aos Óscares que recebeu.
NOTA: Consta que Sinatra conseguiu este papel à conta de ter alegadas ligações à Máfia e de ter havido uma "oferta que não puderam recusar" e que esta terá sido a inspiração para a futura famosa cena d'"O Padrinho". Isto foi desmentido. Assim espero. Acordar com cabeças de cavalo na cama não é agradável...
“Nobody ever lies about being lonely.”
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