"Bob, o Constructor" no Pavilhão Atlântico


No passado sábado dia 9, eu e o Ricardo acompanhámos respectivamente filha e sobrinho, a assistir ao espectáculo "Bob, o Constructor" no Pavilhão Atlântico. A talhe de foice, percebi rapidamente de onde vinham as luzes horripilantes a que me refiro no meu artigo "O Bosque Encantado" no Auditório Carlos Paredes de 2 de Abril de 2006. Mas, não me entendam mal: num espectáculo da dimensão deste "Bob", como o já deve ter sido no do "Noddy", as luzinhas a brilhar ficam bem e até se tornam aprazíveis numa sala como o Pavilhão Atlântico. Mas, um apelo aos paizinhos: deixem-nas de fora de salas de espectáculos a sério, está bem?
São um fenómeno curioso, estes mega-espectáculos que vêm ao Atlântico! Verifico com surpresa a quantidade de pessoas que não dão dois passos para ir a S. Carlos e que movem mundos para assistir a uma "Aida on Fire" ou a uma "Carmina Burana Flamejante" e que depois se dirigem a mim, orgulhosos de si mesmos, a dizer que assistiram a uma ópera da qual gostaram muito. E estranham o facto de eu dizer que não fui ver. Eu, quando vou à ópera, quero ouvir música, de preferência bem interpretada. Se quiser ver fogo de artifício, vou às Feiras Novas a Ponte de Lima.
Mas estou a desviar-me do objectivo deste artigo, que é falar do "Bob". Tenho que confessar que está um espectáculo bem conseguido, bem animado, que entusiama as crianças e que, por sua vez, deixa felizes os paizinhos com a alegria dos seus petizes. A máquina de marketing está bem montada, o que faz com que, para além do rombo financeiro que os dispendiosos bilhetes já significaram (as crianças pagam full price a partir dos 3), os paizinhos se vejam obrigados a desenbolsar mais umas dezenas de euros para comprar capacetes, t-shirts, CDs, DVDs - 10€ por aquelas luzes horripilantes, cujo nome técnico parece que é fibra óptica!... Mas o que interessa é que as crianças estejam felizes e se divirtam, e isso, de facto, aconteceu. Ao contrário do Noddy, que na minha opinião é um taxista idiota, que não aprendeu nada da vida em 30 anos de carreira e que já estava na hora de se reformar, o Bob é um boneco fresco, dinâmico, inteligente, educativo e pedagógico, que ensina valores como o do trabalho em equipa, empenho em atingir objectivos, desenvolvimento individual, criatividade e, em particular neste espectáculo, a importância da reciclagem. E depois os bonecos, em particular as diversas máquinas de construção civil que fizeram o contentamento de centenas de crianças, estão bem conseguidos e magistralmente operados. Só não sei é que milagre fez com que conseguissem destruir uma lixeira e construir um coreto no espaço de um dia, com tanta interrupção para danças e cantorias... Mas as crianças têm tempo para perceber que nem tudo na vida são facilidades quando chegarem à nossa idade. Até lá, deixá-los sonhar...

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