Itália – 12 a 19 de Março 2006

Pescara

Decidi ir uma semana a Itália para descansar a mente e trabalhar a voz, pelo que apanhei o avião rumo a Bolonha, onde eu e o meu companheiro de viagem, João de Oliveira, faríamos um primeiro
pit stop antes do nosso destino final, Pescara. No avião sobressaltámo-nos em simultâneo com o anúncio de que estava 1 grau em Bolonha! Brrr!! Assim que saímos do avião pudemos constatar como os italianos, como bom povo latino que são e onde nós próprios nos incorporamos, têm tendência para complicar o que é simples. Entrámos no autocarro do aeroporto e mal refreámos o riso quando este nos levou até à porta que se quedava a uns míseros 20 metros de distância! O tempo que esperámos dentro do autocarro pela partida deste dava para ter ido até à porta a pé! Enfim, uma vez em Bolonha e já de noite, fomos dar um giro a pé até ao centro.
Bolonha

Domingo à noite não é um período em que Bolonha tenha uma aceleração por aí além, aliás, tivemos dificuldades em arranjar um restaurante para jantar. Mas topámos com uma pizzaria (surprise, surprise, siamo in Italia!), onde degustei a melhor pizza da minha vida (o facto de estar morta de fome deve ter coadjuvado este meu julgamento!) e o João comeu uns escalopes acompanhados… com molho! Na manhã seguinte, segunda-feira, depois do pequeno-almoço, ala a pé para a estação, pela fresquinha (e que fresquinha, meus deuses!), para apanhar o comboio para Pescara. Na estação só se ouvia comunicações de comboios atrasados. O nosso foi modelo que corroborou a regra, atrasou-se meia-hora! Em Pescara aguardava-nos o maestro Nicola Giusti, que nos levou à nossa hospedaria em Francavilla al Mare. No dia seguinte, depois da aula, fomos a Pescara, que parecia uma cidade fantasma, sem pessoas, sem restaurantes, as lojas fechadas. Sugere-me algumas vilas do Algarve em pleno Inverno, com as suas ruas desertas e a quimera das esplanadas! Já um pouco moídos de deambular ao deus dará sob o frio veemente que nos fazia amargar quais condenados, apontámos a nossa marcha para a estação de comboios, onde inquirimos por um rent-a-car. Alugámos assim um carrito pequeno que decidimos restituir em Bolonha. E foi num ápice que fugimos dali para Chieti, uma cidade perto de Pescara, com bem mais para apreciar.
Chieti

Demos uma bela passegiata pelas ruas comerciais e históricas de Chieti, mas mais uma vez nos vimos afrontados com a dificuldade para encontrar um restaurante para jantar (mas este povo não come?!).No dia seguinte, depois da aula, fomos ver o mar a Francavilla e conhecer melhor Pescara, pois notámos no dia em que alugámos o carro que havíamos vagueado pelo lado errado da cidade. Fomos então para uma zona mais comercial (e um pouco mais interessante, apesar de tudo!) e, para variar, não houve contratempos em encontrar um restaurante para almoçar, vimos um logo ao virar da esquina. Depois de um giro descontraído deliberámos ir jantar a Ortona, cidade natal de Francesco Paolo Tosti.

Ortona

Extinguiu-se rapidamente a nossa intenção de jantar por lá, uma vez mais devido à escassez de restaurantes na terra; ou pelo menos, à falta de deparar com um que não configurasse aparência de nos produzir no fim uma conta escandalosa! Limitámo-nos a apreciar o facto de qualquer terra pequena em Itália deter um teatro em admiráveis condições e com uma programação relevante (mesmo não tendo onde alimentar o corpo, pelo menos o espírito tem alimento de sobra!). No entanto, e como já aferimos noutros teatros e noutras cidades, assemelha-se a que todos elegeram esta semana em que cá viemos como a do “descanso do pessoal”! Tudo o que ocorre, ocorre antes ou depois deste período; verdadeiramente, foi preciso pontaria! No dia seguinte, já sedentos por algo para ver, metemos rodas à estrada depois da aula e fomos a Roma! Pelo caminho, pudemos admirar a beleza dos cumes nevados da serra da Maiella, é uma estrada verdadeiramente magnífica! É certo que o tempo não abundava para conhecer Roma conforme a cidade merece, mas chegou para um pequeno reconhecimento territorial. Já em Roma, contemplámos alguns monumentos de passagem, nomeadamente o Coliseu. Mas fomos mesmo ao Vaticano visitar a Praça de S. Pedro, admirar a Basílica com o mesmo nome e espreitar o Castelo Stº Angelo (onde decorre o III acto da ópera “Tosca” de Puccini). Uma visita mais minuciosa a estas maravilhas e a tantas outras fica desde já apalavrada para um regresso, que se espera breve, a esta cidade.
Roma


No dia seguinte e já com o avião em Bolonha em mente, encetámos caminho para Florença. Digamos que o passeio final acabou por ser o mais fascinante de toda a viagem, pois vimos o Duomo de Bruneleschi, o Batistério e as suas portas de Guiberti, a Piazza della Signoria e o David de Michelangelo (a cópia, uma vez que o original já não se encontra sujeito às intempéries do ar livre), a Ponte Vecchio e um sem número de outros edifícios que compõem o legado cultural da cidade dos Medici. E assim se finalizou o nosso passeio por terras italianas, portando em mente um regresso à capital, da qual guardámos apenas um vago vislumbre.

Florença

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