3 de agosto de 2020
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E com "The Maltese Falcon" (1941), mais um film noir, mas desta vez de John Huston, na sua estreia como realizador, cheguei a metade do meu objectivo! Este filme é o arquétipo dos filmes de detectives e femme fatales! Uma espécie de "Instinto Fatal" da década de 40, mas mais soft, claro, como manda o Hays Code e com muito mais overacting. E deve ter sido o filme mais rápido que já vi na minha vida. No sentido da forma como flui, não da duração do filme!
No entanto, apesar das cenas e do texto se sucederem tremendamente rápidas e tudo se encaixar muito eficientemente, numa espécie de roda bem oleada, sem sobressaltos, pausas ou tempo para respirar, consegue-se acompanhar bem a trama, se se estiver muito atento! Apesar de não ser um género que eu aprecie muito, os filmes policiais desta época, reconheço neste uma soberba direcção do estreante John Huston, com shots, ângulos e até algumas cenas de câmara contínua muito à frente do seu tempo. O Bogart é o Bogart - faça o que fizer e Mary Astor abusa do melodrama, mas all in all, um bom filme, interessante principalmente do ponto de vista estético.
Nota curiosa: Humphrey Bogart não foi a primeira escolha para este papel, mas sim George Raft, que o recusou por não querer trabalhar com um realizador inexperiente. E esta foi apenas uma das várias recusas de Raft que se vieram a tornar clássicos, algumas delas tendo sido feitas por Bogart.
"The stuff the dreams are made of."
A entrar na segunda metade do percurso!
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