"Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb" (1964) de Stanley Kubrick (AFI 1997 26ª posição)

12 de agosto de 2020

Sobre a Guerra Fria fizeram-se muitos filmes; muito se falou, filmou, escreveu e relatou sobre a chamada "balança do terror", ou a teoria da destruição mútua assegurada, que manteve os EUAs e a União Soviética de olhos postos um no outro durante anos, sem nunca ninguém se atrever a apertar "o gatilho". Mas nenhum outro filme alguma vez falou destes assuntos como "Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb" de Stanley Kubrick, a comédia negra que satiriza o tema ao ponto de pisar com desdém e esmagar alegremente o politicamente correcto. É uma genial obra de humor inteligentíssimo, dirigida de forma engenhosa ao ponto de ser assumidamente ofensiva e ter-me arrancado não risos e gargalhadas como seria de esperar de uma comédia, mas um espantado semblante atónito de choque. E o meu maior choque é ter gostado de quase tudo, desde a metáfora sexual que começa no início e acaba no fim (perdoem, é mesmo assim!), as conversas absurdas dos presidentes ao telefone, já para não falar de todas as outras (!) e as brilhantes, brilhantes, brilhantes caracterizações das três personagens interpretadas por Peter Sellers: o inglês da RAF, o presidente dos EUA e o arquétipo do vilão ex-nazi com síndrome do braço alienígena com excesso de memória muscular. O twist final, que justifica o extravagante e longo título do filme, foi a cereja do topo!
Só me sugere: Mas que grande maluquice!
"Gentlemen, you can't fight in here! This is the War Room!"

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